quinta-feira, 4 de abril de 2024

Today could have been the day

 

Nós não sabemos quando vai acontecer. Podia ter sido hoje, as 6.20 da manhã. Fui "colhida" por um automóvel.


Enquanto escrevo isto, passa na estrada onde tudo aconteceu um veiculo em excesso de velocidade. Faço um gesto com a mão de cima para baixo, para assinalar que nao é necessário estar ali aquela velocidade. Para quê, se foi parar 8 metros à frente para se posicionar para entrar na estrada principal?

Felizmente aparentemente não sofri mazelas. Tirando uma ferida causada pela quase perfuração do carregador do telemóvel que transportava no bolso. Serviu-me para entender a importância de não transportar itens pontiagudos nos bolsos. Em caso de impacto, podem ser mais fatais que o impacto em si.

Sinto-me bem. Até mesmo as nódoas negras parecem nao querer se fazer notar. Mas o mesmo me aconteceu quando parti o braço. Passado mais de uma semana é que ficou escuro. Não doia, mas nao se mexia.

No caso da perna, na zona superior lateral esquerda, também não doi, mas consigo andar e até correr.

Fui procurar ae havia CCtv por perto. Gostava de ver as imagens para entender a que ponto tive responsabilidade. Eu vi o carro à distância, ainda ele estava atrás de dois edifícios. Vinha a sair de uma zona industrial para entrar na estrada onde eu passava. Olhei para o carro assim que o ouvi. Olho srmpre, para me certificar que me vem. Eu nao os vejo. Só olho para os faróis. Neste caso, a pesar de estar já de dia, o condutor os trazia acesos.

Mas de pouco lhe valeu. Agiu como se estivesse cego como um morcego. Acho realmente que nao estava a olhar em frente. Devia estar diatraído com algo no carro e avançou sem olhar. Apanhou-me de lado, vindo de trás, numa curva, quando decidiu meyer o carro entre o passeio e a minha pessoa - não havia espaço suficiente para tal.

Liguei à polícia, que de pouco uso serviu. Disse-me para trocarmos info de seguros. "Sou uma pedestee. Não tenho seguro" - respondi.

Quando lhe disse que tinha sido atingida por um carro, ela partiu do pressuposto que estava também dentro de um. Talvez por ser o mais habitual... mas se fosse teria ligado a dizer que me tinham batido no carro. O que disse foi que tinha sido ati gida por um carro.

Mandou-me ir ao hospital se tivesse a sentir dores. De polícia ou o seu envolvimento no registo do incidente, nada. E era tudo o que pretendia, caso daqui a uns dias descubra algo muito errado comigo.

Daquelas coisas que, está tudo bem mas... a pessoa dali a dias morre e nem se sabe porquê. Mas o início foi dias antes.

Troquei contactos com o senhor e este quis dar-me boleia até casa. Mas cruzes! Eu nao ia sentir-me segura ao lado de um indivíduo que acabou de demonstrar não saber a responsabilidade que tem em maos quando conduz um veículo.

Fui a andar para a paragem de autocarro. Dali a poicoas horaa tinha de voltar para o trabalho e ainda tinha uma visita da agencia de aluguer que ia fazer vistoria à casa.  Dormir? Apenas umas hiras interrompidas por esta visita.

No caminho passo por uma igreja e o q


ue vejo faz-me pensar que aquilo ppdia ser a visao fos meus familiares de hojr para a frente.




segunda-feira, 1 de abril de 2024

O consumo de produtos de quarta necessidade nas épocas festivas

O lançamento e modificação de produtos diários com rótulos alusivos à época, faz-me mais espécie quando vejo isto:

Uma dúzia de donuts com cobertura de chocolate... 22 libras (25 euros). Além de ser uma PORCARIA com nutrientes zero e gosto a condizer, contribui mais ainda para a degradação da alimentação humana. Tudo o que é doce é disponibilizado em excesso em datas festivas. E o ssudável perde cada vez mais lugar. Até está já em fase de eclipse.


Boa Páscoa, muita paz e saúde

 Venho a reparar pelo menos há 15 anos, cada vez que é dia Santo ( Natal ou Páscoa), este é abençoado com um clima ameno e asolarado.

No meio de semanas de muita chuva, vento intenso... é o que quero dizer. Faz alguns bons anos que venho a dizer a minha mãe, que, pela altura do natal fica algo pessimista, para nâo se preocupar. Porque no Natal está sempre sol.

Nem gosto de falar disto, temo que a revelação altere o constatado.

E assim, este Domingo 31 de Março, esteve um dia meio asolarado quando a previsao do tempo estava nublado com chuva.

Há mesmo uma força MAIOR que decide as coisas.


Também dias de muita chuva deram lugar a um sol de verão quando meu avô faleceu e quando foi a sua cremação.

Para mim, um sinal.


sábado, 30 de março de 2024

A saúde a melhorar com regras implementadas

 

A Irlanda foi o primeiro país a proibir que se fumasse em lugares públicos e no local de trabalho. Em 20 anos desta medida, os resultados são óbvios: 


Nos primeiros TRES ANOS de implementação desta lei, existiu uma redução imediata de 26% nas doenças cardíacas isquémicas. No início dos anos 90, a Irlanda tinha a percentagem mais elevada de jovens entre os 13 e os 18 anos que fumavam. Hoje essa percentagem diminuiu cerca de 70%. Estima-se que se tenham salvo 3700 vidas, numa média de 2.7 por dia.

Quando se lêm estimativas como esta, então é que se percebe a IMPORTÂNCIA de evitar respirar fumos a todo o custo. 

Lembro-me de estar no Centro Comercial Colombo - que não é tão antigo assim, na zona da restauração (ou então foi no Centro Comercial das Amoreiras mas julgo que não), sentada a almoçar, e ao lado, o senhor que já tinha terminado a sua refeição, acender um cigarro e fumar. Incomoda logo. Já não dava prazer estar a comer e só pretendia me despachar rapidamente, para me levantar e fugir dali. O homem teve o cuidado de desviar o cigarro depois de o levar à boca, esticando o braço para baixo, mas quem é que controla o fumo? Este vinha todo em direcção à minha mesa. Nada impede as partículas de ficarem no ar. E elas ficam. Estudos antigos já revelavam que, ao contrário do que se supunha, o fumo não sobe e fica lá no alto. Ele permanece, invisível no local onde foi largado, expandindo-se. 

A mim qualquer tipo de fumo ou cheiro químico incomoda sempre. É, para mim um desconsolo sair do trabalho ou do autocarro, principalmente numa noite fresca, ansiosa por respirar fundo o ar puro (está abafado no bus e no trabalho também ou são ambientes com muitos odores agressivos) e o que respiro de imediato é: cigarro ou tubo de escape de carro. Ter alguém a caminhar à minha frente e esse alguém ir o tempo todo a fumar é horrível e faço para sair da trajectória, porém é sem sucesso. Dou por mim, algumas vezes, a fazer um pequeno sprint. Assim o indivíduo fica para trás e o fumo não me chega aos pulmões. Se a pessoa me ultrapassar, geralmente faço outro sprint. Não interessa se a pessoa estranha ou desconfia do intuito - acho que não tem mal algum. Não o/a estou a proibir de fumar, apenas não me quero sujeitar a respirar o que ele fuma. A escolha de fumar foi dele, não minha. Porquê haveria de fumar em segunda mão?

A pessoa que fuma nem sabe se alguém por perto pode ter uma condição que a torna vulnerável ou muito sensível a fumos. Depois do Covid a ameaça até nem é só o fumo, mas os germes internos que quem expira o fumo de cigarro - de queima ou eletrico - pode largar e espalhar. Virus que estão "fechados" dentro dos seus pulmões são libertados para atmosfera pela boca ou nariz com o hábito de fumar e ficam a flutuar em nuvens invisíveis...

Sem saber - fui agora pesquisar sobre quando a lei do tabaco alterou em Portugal, fiquei a saber que existiram NOVAS MUDANÇAS desde 23 de Outubro de 2023.


 Não é mais permitido fumar fora de estabelecimentos públicos com salvas excepções. Será que é desta que vou deixar de levar com uma tonelada de fumo quando me aproximo da porta do Shopping? É que não consigo prender a respiração pelo tempo que preciso para ser bem sucedida... Acabo sempre a respirar um pouquinho. Se estiver de estômago quase vazio, sinto mesmo o fumo como um veneno que ficou colado na tranqueia.

Acho que fumar devia ser um ato privado. Feito numa área para esse fim, fumar só quando se chega em casa. Tal como tantas outras coisas que só se faz em casa... Fumar em áreas para esse fim, com excelente ventilação que erradique o fumo e entregue oxigénio. Quem quer manter o vício - porque É um vício, é livre de o fazer mas, tal como sexo ou outras drogas proibidas, não devia ser uma prática a coexistir com o público. Devia ser... privado. 

Ainda me lembro de viajar de comboio e metade da carruagem era para fumadores.... De que andiantava se ir fumar para o fundo, se toda a carruagem era um tubo metálico? Todos espirávamos o mesmo ar. Ao final de três horas e meia de viagem, quando pisava a rua e respirava outro ar, até parecia que nem conhecia mais o que ar era suposto ser. 

E quando trabalhei num escritório? Entrava às 9 da manhã e antes do meio-dia já não via os rostos a poucos metros de distância, só uma imensa fumarada branca ou cinza. E isto foi pouco depois do ano 2000, não foi algo do século passado. 

Com a implementação de medidas para eliminar os automóveis movidos a gasolina - começo a achar que podemos ter um futuro mais risonho - pelo menos no que diz respeito à poluição por químicos e gases. 

Quanto à poluição de ondas radio magnéticas, isso é outra coisa. 


sexta-feira, 29 de março de 2024

Bottega de limão é uma bodega

 O tipo de bebida alcóolica que toca os meus lábios ocasionalmente, são os licores e vinhos. Como o vinho do porto, a ginja, anis, creme de wisky e pouco mais que isso.

Nas últimas viagens que fiz a sair de Portugal, deu-me para adquirir, no duty-free(?) do aeroporto, bebidas espirituosas. Quem é emigrante sabe que, a coisa que mais se deseja trazer na bagagem é o gostinho do nosso país: chouriços, queijos, compotas, etc. Vinhos, sendo líquidos, só podem ser transportados no porão e nem sempre me dou ao luxo de viajar com outra mala sem ser a de cabine. Além de que vinhos, em garrafas de vidro, são altamente prováveis de se partir. 

Mas a aviação, quando se trata de fazer dinheiro, abre excepções que, de outra forma, poderiam ser encaradas como riscos de segurança. De modo que transportar um enorme pedaço de vidro contendo um líquido inflamável para dentro de uma cabine não é proibido na forma de bebida alcóolica comprada nas lojas pós-segurança.

Tudo começou com esta garrafa aqui:

Aguardente ou cachaça - era uma bebida que me despertava imensa curiosidade. Nunca tendo provado, cansei de ouvir "piadas" de que estava a beber "pinga" quando ingeria água de garrafa. Depois encontrei receitas de vários tipos que incluiam um pouco de aguardente. E fiquei com curiosidade. Mas a principal razão que me levou a adquirir esta menina aqui foi emotiva. 

"Aldeia Velha" não sei se é uma marca conhecida ou não, se é ou não um bom produto. Lembro-me de ouvir falar do nome, talvez num anúncio de TV lá nas antiguidades. Custou. no aeroporto, 22 euros. Achei um pouco caro mas, pensei que era a marca e o estar num aeroporto. 

A razão pela qual a comprei foi por me lembrar do aroma delicioso da "garrafeira" do meu avô. Não passava de um pequeno armário de arrumos onde ele depositava as suas coisas: ferramentas, utilidades e algumas garrafas. Chamavam aquilo de "garrafeira" e, como era onde guardavam os bancos extras da casa, era lá que ia sempre os buscar, quando no Natal nos juntávamos todos e era preciso lugar à mesa. Existindo seis cadeiras, o resto tinha de se sentar nos bancos de madeira. Aliás: uns tantos eram todos de madeira, outros dois eram pés metálicos pretos com um tampo de madeira coberto com um acrílico. 

O PERFUME adocicado que se fazia sentir quando se abria a porta da "garrafeira" foi algo que meus sentidos recentemente recordaram saudosamente. Sabia que meu avô gostava de aguardente e bagaço. E tinha disso em casa - embora nunca tivesse visto. Mesmo existindo uma garrafeira daquelas embutidas nos armários da sala - nunca que a curiosidade me levou a ir provar fosse o que fosse. Gostava sim, era de olhar. De imaginar quantos anos teriam certas garrafas, gostava das que tinham um formato diferente, em forma de toureiro ou outra forma criativa de trabalhar o vidro. 

Comprei a aguardente para a cheirar. Para ver se ia reproduzir o aroma da minha memória. Para trazer um pouco mais para perto de mim aquele tempo, aquele convívio familiar, meus avós. 

Cheirei e, embora tenha sim uma semelhança, não é a mesma coisa. Falta talvez a combinação que só meu avô tinha lá naquele armário onde guardava tudo e mais alguma coisa. 

Da última vez que regressei de Portugal, queria trazer algo novamente. Mas não sabia o quê. Não entendo de vinhos ou licores. Só os sei apreciar :) Sei que adoro sabores citrinos e, vendo esta garrafa de um produto italiano feito de limão, acabei por o escolher. Um pouco reticente, por ser italiano. Mas era de limão! Onde é que o limão não cai bem?  


Pois. Aqui não cai bem. Nem sei bem o que isto é. Não me soube particularmente a nada. Pareceu-me, inclusive, ser muito artificial. 

Lamentei não ter trazido um vinho do porto - mesmo um transparente que lá havia. Ou uma ginga, ou, finalmente, arriscar e provar o tão impingido licor de pastel-de-nata. 

Compro as garrafas, provo e depois acabam por ficar por aí. Até que um dia encontre uma receita para lhes dar melhor uso. 

O Bottega de limoncino é uma bodega. 
O formato da garrafa foi útil. Sendo "achatado" coube na mala de ombro mesmo esta estando cheia. Acabou por servir para acomodar meus pés sem danificar os pastéis de nata e outros snaks sensíveis. Custou 16 euros no aeroporto. Nos sites vejo mais. É no mínimo, estranho. 

adenda: Entretanto fui pesquisar e este é tido como um licor feito de forma natural e tradicional. Mas... é líquido como água. E o gosto.. nem é dos mais fortes. Embora deva, para ser justa, provar novamente para perceber melhor. Acho que deve ser bom para fazer tipo "Balleys": uma bebida de natas com umas gotas deste licor e a consistência cremosa deve conceder-lhe um paladar especial. 


quarta-feira, 27 de março de 2024

Os Santos não querem dinheiro (bom título para livro)

 

Os Santos não querem dinheiro em troca de pedidos concedidos.

Faz mais de um ano que, na igreja de Sto António, em Lisboa, pedi junto à imagem de uns tantos santos que me concedessem rapidamente a graça de ver a M. fora desta casa. Para que a harmonia e o bem estar, a normalidade, pudesse tomar o seu lugar. 

Prometi, após a graça concedida, regressar grata e colocar 10€ na caixinha de esmolas de cada um daqueles santos.

A graça nunca foi concedida. Mesmo entre envios de cartas de tribunal para que saísse daqui, mesmo com dívidas de renda para pagar, a M. permanece. E daqui não sai. Tão persistente e malévola quanto um cancro. 

Concluí então que os Santos não querem dinheiro. 
De fato, pensando bem, que bem lhes faz? Nenhum! É a PIOR coisa que se pode oferecer a um santo. Os homens da igreja é que querem dinheiro. Os santos só querem fiéis. O que o Santo quer é a bondade, a paz, e, acima de tudo, a dedicação à mensagem. Se entrasse num convento para me dedicar ao senhor, provavelmente a graça pedida seria concedida de imediato. Eu é que não ia usufruir dela. Que é o que tanto desejo. 

terça-feira, 19 de março de 2024

E no mês dos óscAres...

 Os melhores filmes que vi esta semana na vasta oferta de canais de TV foram MULHER MARAVILHA 84 - surpreendente cativante e com excelentes atuações e história e MR. BEAN DE FÉRIAS. 

Dois estilos que não são usuais de me cativar mas, diante do que tem aparecido - foi o melhor entretinimento. Soube bem! 


Melhor ponto de Mr. Bean: Quando estão a fazer chamadas para números de telefone ao calhas para ver se atende o pai do rapaz estrangeiro que Bean encontrou. Um homem transtornado atende o telefone a tocar e diz: "Beatrice é melhor dizeres que me amas ou é o fim". Bean desliga o telefone porque não entende a língua mas sabe que não é quem procura. O homem então atira-se para o rio saltando de uma ponte. 

domingo, 17 de março de 2024

Viagem pelo meu calçado

A vontade era de criar um vídeo para mostrar o calçado que guardo no armário. Mas depois desisti dessa ideia e limitei-me à foto, que passo a comentar.

Hoje fui fazer uma arrumação e acabei por espreitar o calçado guardado, aquele que nao é tão facilmente para o dia a dia ou então deu lugar a outros mais práticos.


Guardo tudo em caixas, pois acho mais prático. Talvez por isso, alguns acabaram por não serem tão usados. Mas geralmente, sapato que não magoa está sempre a uso. Se começar a ser pouco confortável ou não tão necessário, uso menos vezes. E guarda-se no armário.

A bota acima tem uns anos. De borracha, para a chuva. Porquê não uso? Porque, se bem me lembro, magoa o calcanhar e faz o pé suar. Só apetece descalçar. 



Quando abri a caixa e os vi, até perdi o fôlego por uns instantes. São lindos!!! Fazem lembrar um rendilhado delicado. São de borracha mas a delicadeza e originalidade do formato supera o que geralmente se pensa da borracha. Seria algo para usar num casamento, numa festa... com um vestido simples de renda de algodão, a condizer.

Só que não. Quando enfio o meu pé neles, transforma-se no pé das filhas da madrasta da Gata Borralheira. Uma monstruosidade enorme, volumosa, que não combina com a delicadeza do sapato "de cristal".

Com muita pena minha, até nos pés não posso usar aquilo que realmente me aprás.

Foram comprados por mim talvez à 11 anos. Na altura em que estavam a surgir muitos sapatos de borracha perfurada em padrões- a maioria até feinhos - o material gerando uma certa reprovação geral.

Estes porém, fazem boa figura e não acusam logo o material à vista. Parece renda delicada.


Sou muito difícil para deitar coisas fora. Mas quando notei que estas "sabrinas" se desfaziam, ia deitá-las no lixo. Até que as coloquei no pé só para relembrar o quanto apertavam. 

ENTRARAM QUE NEM UMA LUVA.

De um conforto que não estava à espera. Recordo-me de uns castanhos que apertavam tanto desde os dedos dos pés ao topo do calcanhar e a cada passo esentia cada pedra no asfalto.... que coloquei de lado.
A desfazerem-se ao toque - lembrei-me que deviam de ser de pele genuína. Ia deitar fora mas depois de senti-os tão confortáveis no pé, o que é tão raro, já não fui capaz. Voltaram para a caixa. A ideia é, um dia, ansiosa por satisfazer a minha veia para transformar, reaproveitar e criar, possa aplicar um material por cima deste e transformar os "chanatos" para os voltar a usar.


De seguida surgiram uns vermelhos.


Pouco usados, mais recentes, não recordo como me tratam os pés. Mas lembro-me de os ter comprado por insistência de minha mãe, que me dizia que eram de pele, por isso eram bons.

 

A primeira coisa que me saltou à vista foram os rasgões na lateral. Devem mesmo ser de pele, porque a falta de cera ou da aplicação de qualquer produto para os manter resultou na secura e craquelar do couro.


Uma pena, porque praticamente não têm uso.

Depois surgiram uns ténis que tenho mesmo de voltar a tentar usar.

São de "pele falsa", não são de tecido denim como aparentam ser. Os atacadores não são de atar. São elásticos e expandem. Os ténis calçam-se como sapatos. 


Devo tê-los comprado por volta de 2008... 2010. Acho.  Ainda tenho mais calçado que guardo noutro guarda-vestidos. Umas botas a que chamo "a cowboy" que lembro de ter comprado por volta dos 16 anos na sapataria local do bairro onde deixei de morar aos 17.  Uns sapatos de pele com atacador e sola "à antiga", daquelas de couro, que costumáva-mos ver os sapateiros preparar numa máquina e pregar debaixo do sapato. O cheirinho bom da oficina do sapateiro.... até mesmo quando aplicava cola. Saudade! 

Uma profissão que espero que ainda exista nos moldes tradicionais, ricos de tanto saber e conhecimento.



Tenho mais calçado. Nestas caixas, também estão uns chinelos e umas pantufas daquelas com a figura de um animal. Originárias do início, quando viraram moda. Anos 90? Nunca usadas a pesar de adoradas. Porque assim que as vi percebi que nâo eram para se usar numa casa com carpete, tijoleira e pequenos pêlos ou migalhas. Senti que eram para quando tivesse a minha própria casa. Onde o chão só seria pisado por elas se livre de qualquer cabelo caído, etc.  Até escrevi isso na caixa.

Não sou fanática por calçado, roupas, jóias... nunca fui. Nem nunca tive muito. Parece que sim, porque quase tudo o que possuí que ainda esteja em bom estado é para guardar.  Sou pessoa para usar. Não vou por modas. Não descarto sem mais nem menos para comprar novo. Não compro a cada estação do ano nem deito fora o comprado na anterior. Não faz sentido isso. Gosto de verdade das coisas. Se as compro é para as usar. Toda a vida, não apenas por uma temporada. Aprecio cada uma pela história. Se possuirem caracteristicas que nao encontro em mais lugar algum, acho-as ainda mais valiosas por agora serem também um testemunho de outros tempos. O chamado agora de Vintage e que é re-etiquetado por um valor de alta classe priveligiada, .a condizer com o novo status.

E vocês, o que acham disto?