segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Coincidências ou Karma?

Interrogo-me, por vezes, sobre a minha morte. Na Primavera, quando tudo floresce, é impossível não pensar no ciclo da vida. Nesta estação, ela começa. No Outono, termina... hoje é o primeiro dia de Outono. Acabou-se a Primavera e o Verão.

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Quando será que vou morrer? Na verdade, não tenho nenhum pensamento mórbido em torno da ideia, nem é algo que está sempre a surgir. Mas tenho um que vou partilhar. Quando tenho de escrever uma data e vejo a minha mão a desenhar os números, ás vezes interrogo-me: será este o dia e o mês do meu óbito daqui a uns anos e nem o imagino?

Na segunda-feira passada tive esse pensamento. Não sei porquê, no preciso momento em que anotava a data, pensei na mesma como sendo de óbito. De alguém. Talvez o meu, daqui a não sei quanto tempo. O dia era 14 de Setembro. Atraida pela ideia de partilhar o que estava a pensar, com algum receio de parecer doida, perguntei aos presentes se tal ideia já lhes passou pela cabeça. Justifiquei-a também, porque a verdade é que já lidei com muitas datas e fiz estudos genealógicos, que me fizeram pensar na coincidência dos números.


Está visto, os outros não deixaram de estranhar a minha observação. Voltei a justificar, dizendo que era parvoíce para descomprimir o stress e ficámos por aí.

No dia seguinte pela manhã, os noticiários anunciavam a morte de Patrick Swayze, que ocorrera na véspera. Exactamente no dia 14.

Coincidência?
Não deve passar disso, claro está!

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Depois reflecti sobre outras coincidências. Duas semanas antes, descia a rua quando a música "I had the time of my Life", acompanhada de alguns vislumbres da dança do filme começou a soar na minha mente. Tive de me controlar para não descer a rua a dançar, pois ia parecer uma doida! Também me lembrei da série "Fame" e pensei que ninguém ia estranhar ver uma pessoa começar a dançar e cantar na rua, se essa série ou outra parecida estivesse a dar na televisão. A crise e a tensão pede o retorno de algo parecido... há espaço na TV portuguesa para uma cópia descarada. Estamos a precisar de ver adolescentes a cantar, dançar e pular pelas ruas e cafés...

Ao fazer um zapping pelos cento e tal canais, deparei com um documentário sobre o ator Patrick Swayze no canal E!, que contava a sua história até o ponto de ter recebido o diagnóstico de cancro pancreático. O que achei extraordinário, coincidência demais, foi, após ter ouvido nos noticiários que Patrick morreu aos 57 anos de idade, no documentário disseram a mesma idade quando referiram a morte do pai de Patrick. 57 anos!


É Karma? São coincidências? Acredito que nós gostamos de achar que não há coincidências em acontecimentos onde elas existem. Especialmente em catástrofes ou desastres. "Oh! Estava escrito!" - dizem alguns. Mas em outras circunstâncias, por serem talvez bizarras, achamos que é um acaso. E essas é que não são coincidências...

sábado, 12 de setembro de 2009

Televisão com outras coisitas más

Já repararam que as ofertas de serviço de canais de televisão, em todos os operadores, impigem outros serviços incluídos? Interrogo-me se a Entidade que regulamenta estas coisas considera isso legal. Falo só por mim mas uma coisa é verdade: gosto do serviço que tenho de internet+telefone. Não vou me desfazer do que gosto só porque, para ter televisão, estes serviços estão incluídos e não podem ser desassociados!
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Cheira-me a ilegalidade. Não vos parece? Uma vez interessei-me pela Clix Tv. Telefonei a pedir informações. Além da pessoa que atende o telefone responder sem demonstrar qualquer interesse em vender o produto ou se interessar, soube logo com um redondo «não», que o serviço não se desassociava da Internet e do Telefone. Logo telefone, que é coisa que começou a cair em desuso devido ao telemóvel. Mas compreendo... é prático oferecerem-nos esse serviço. Além de ser mais uma forma de cobrar mais dinheiro por um serviço, permite que o telemarketing não morra.
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Ao pesquisar na internet outras ofertas, como a MEO, por exemplo, lá está a mesma coisa: queres televisão? És obrigado a levar internet!
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Um conhecido aderiu à Zon Tv e a conta mensal ascendeu logo no primeiro mês aos 100 euros. Parece que cobravam também o uso da Internet. Mas não havia internet! Se estava disponível, nunca foi usada. Como podiam cobrar essa exorbitância? Não funcionava, não foi solicitada, nenhum documento foi assinado nesse sentido. Uma coisa é garantida: cada vez que é para mudar de operador ou de serviços, avisinham-se grandes dores de cabeça. Horas e horas ao telefone, dinheiro gasto em chamadas, para tentar esclecer o porquê destas incongruências. Claro... entendo que têm de alimentar os serviços de Call-Center. É para isso que existem: para fingir que existe a preocupação em agradar o cliente e que as muitas falhas do serviço são, ups!: acidentes.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Gripe A


Todos os dias passo por um centro médico onde se fazem testes de detecção à gripe A. Todos no local andam com máscaras protectoras na boca. Os médicos, o recepcionista à porta, as pessoas que vão fazer o teste e os acompanhantes. Já os vi em torno dos CAIXOTES DE LIXO, a despejar um líquido, parecido ao comum detergente lava-louças Sonasol verde. Desperta-me curiosidade o destino e manutenção do lixo hospitalar... e este, não é diferente.
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Por isso é que me entristeceu profundamente, o cenário que se seguiu. O jardim à volta do centro médico, está replecto de máscaras, o bueiro para as águas entupido com máscaras... tudo lançado para ali, o vento que se encarregue...
O povo Português não tem mesmo brio ou civismo... não perde o hábito de deitar lixo ao chão! Triste. Ainda mais, se tratando deste tipo de lixo, que pode conter o tal temível vírus infectocontagioso... Triste!

Mundo invertido


Desde quando é que qualidades viraram defeitos na sociedade? Hoje em dia parece que as pessoas com certas características antes tidas como qualidades, são mais castigadas pela vida.
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No emprego, ao qual me entrego com dedicação, estou sempre a ouvir uns a falar mal de outros. Pelas costas, claro. Porque pela frente, são todos amigos...
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Sou uma pessoa organizada, muito tolerante, que nunca perde a paciência, não chama a atenção dos erros dos outros, e repito 1000 vezes a mesma resposta, se questionada 1000 vezes. Explico tudo com paciência, tolerância. Entrego o trabalho organizado e claro. Até um retardado conseguiria entender e seguir as instruções. Digo constantemente "obrigada". Quando chamam o meu nome, levanto-me e vou até a pessoa saber o que quer de mim. Faço-o 1000 vezes também, se preciso. E tudo isto... para quê? Que valor tem?
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Esta postura é minha, não tenho como alterá-la. Não a criei, não a inventei. É quem sou. Mas neste mundo de valores invertidos, parece que todos, às tantas, estão ali para te atacar. Há procura que cometas um deslize, para, sem misericórdia, te cairem em cima. Querem apontar o dedo na tua direcção e acusar-te de falhar. Parece ser uma meta a atingir, um dos muitos estranhos e retorcidos objectivos dentro do universo laboral. Entre colegas, com funções diferentes mas que se complementam, nem precisam todos fazer o mesmo... está lá. Uma espécie de "atitude maligna", viva como um microorganismo viral sempre atento para destruir uma célula saudável.
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Não entendo isto. Não entendo a preguiça constante, a falta de empreendedorismo, a falta de gosto naquilo que se faz, o facto de não incomodar não se fazer o que se tem de fazer da melhor forma possível e incomoda-me também, por não entender, PORQUÊ não se trabalha em Portugal com a cabeça no que interessa: a tarefa do momento. Estão todos demasiado ocupados a se lamentar da sorte. Só olham para o próprio umbigo. Preocupam-se com o dinheiro que o outro ganha, sonham com uma vida de Marajá que sempre juram a pés juntos merecer. Lamentam-se e maldizem o que têm, controlam os horários de entradas e saídas dos colegas para compararem aos seus e não ficarem um minuto atrás, não cumprem prazos, deixam as coisas para fazer até ao último minuto, não são muito pontuais...
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Gostava de me ver inserida num contexto laboral diferente. Dizem que, "lá fora", noutros países, não existe tanta mesquinhez no ambiente laboral. Lá fora, dizem, as pessoas trabalham de verdade - dizem. Não andam a mandriar (fingir que trabalham). E também se diz que há respeito e se convive amigavelmente, depois do expediente.
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Não deve ser tanto assim um mar de rosas mas tendo a acreditar numa coisa: deve ser verdade que, lá fora, sabem trabalhar com a mente centrada na função e deixam de lado as mesquinhices pessoais de relaccionamento. Os portugueses perdem muito tempo das suas vidas a se lamentarem do trabalho... e, com isso, sabotam a sua felicidade.
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Será que algum dia vamos aprender a viver mais felizes?
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