domingo, 25 de julho de 2010

Um telemóvel que pode SALVAR VIDAS



Era este modelo na esquerda o telemóvel em posse do idoso que, com dores abdominais fortes, procurou ligar a alguém para pedir auxílio. De noite, com problemas de visão ao perto e ainda pouco familiarizado com o aparelho, acabou por pedir ajuda ao porteiro de uma empresa que nunca chegou a saber que o idoso morreu num espaço de poucos minutos. Para quem não conhece a história que já relatei aqui, é só ler o post "112" ou seguir o link acima.

Quando li no jornal a notícia do lançamento deste novo modelo de telemóvel (à direita), feito a pensar nos idosos, não deixei de sentir felicidade e tristeza, porque finalmente chegou, mas tarde demais  para alterar  o que aconteceu. Lembro-me perfeitamente como se fosse hoje: o telemóvel da esquerda, recém-comprado por um idoso não familiarizado com estas modernices, a quem tentei rapidamente ensinar como o utilizar. A minha preocupação principal foi a de me certificar que ele conseguia pressionar cada número apenas o tempo necessário para registá-lo uma vez. É que, com a falta de prática que muitos não conseguem imaginar o que significa por já terem nascido a criar este tipo de cordenação motora e correspondente ligação mental, o idoso pressionava uma tecla e, por vezes, mantinha o dedo porque o número não aparecia de imediato. Logo, mantinha-o até este aparecer, não reparando que, por vezes, este surgia repetido. Só por este pequeno pormenor a existência do telemóvel tornava-se praticamente inútil e, em caso de emergência como se veio a verificar, além da possibilidade deste problema pairar no ar como uma ameaça, veio a provar-se que outros factores contribuiram para o desfecho fatal. Pelo facto das teclas serem pequenas como consequência, por vezes, o idoso carregava na tecla ao lado, registando outro número e não o pretendido. Os números são pequenos, o que, para quem tem visão ao perto perturbada e também não vê números pequenos mais afastados da vista, tentar marcar é inútil. Depois, as condições externas também contribuiram para o desfecho indesejado. A rua à noite, a fraca iluminação noturna a contribuir para que a presença do telemóvel fosse praticamente INÚTIL. 

Por isso fico contente por terem lançado o telemovel à direita. Acredito piamente que pode e irá salvar vidas. Decerto teria feito a diferença entre a VIDA e a MORTE na noite em que o meu idoso tentou usar um telemóvel para pedir auxílio.

  

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