segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Uma gargalhada inesperada

Anteontem ouvi a vizinha a dar uma gargalhada e estarreci de surpresa.
Já cá vive há uns seis anos e jamais a escutei rir. Vindo dela só se escutam berros. Ainda à pouco estremeci com um berro que ela deu para o filho que até ressoou nas paredes. Mas vindo dela é o som que me é familiar. A gargalhada apanhou-me completamente de surpresa e fiquei a tentar perceber que milagre tinha sido aquele, qual era o santo homem responsável (eheheh). Foi a primeira em tanto tempo e deixou-me a pensar porque é que ela não dava mais. Deixou-me a imaginar que tipo de vida e que tipo de stresse ou frustrações uma pessoa carrega dentro de si para passar anos sem aparentemente dar uma gargalhada. A minha vida não é um mar de rosas, mas tenho de rir, tenho de dar gargalhadas, mais que não seja a ver uma comédia na televisão. Mas que eu oiça, nem em lazer a vizinha se presta ao riso.

Imagino esta vizinha que fala socialmente com muita calma e aparenta o ser, no seu dia a dia a interagir com as pessoas. No emprego, por exemplo. Imagino-a um «doce», calma e educada. Talvez nem sempre seja, não sei, nem sei o que faz, mal a vi e mal a conheço. Só a oiço. Mas creio que o que oiço reflecte mais a pessoa que é do que se calhar aquela que mostra ser quando sai porta fora. 

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