sexta-feira, 18 de abril de 2014

A evolução pelo telefone

Quando em 1997 o vi na parede da loja, soube de imediato que tinha de o comprar. E como tenho a "mania de guardar papel", ainda guardo algures por aqui essa factura.

E o que vi? Um telefone. A imitar um estilo antigo, em madeira, mas tirando isso era um fixo igual aos da altura, de marcação manual, com um auscultador e um disco giratório com números de 0 a 9.
Bastava colocar o dedo nos números pretendidos e girar para a direita até travar. LEMBRAM-SE DE FAZER ISTO?


Pois noutro dia uma quase adolescente, fascinada por este telefone, pediu-me para lhe ensinar como é que funcionava. Por um milésimo de segundo eu fiquei espantada. Ali estava uma criança inteligente, capaz de mexer com extrema destreza num tablet, ipods e demais tecnologia. Sabe criar páginas na net, vídeos, imagens. E estagnou diante de um simples telefone de disco. 

E eu ensinei-lhe.


Os mais velhos têm sempre algo a ensinar, mais que não seja a percepção das mudanças.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Nem toda a gente que anda aos caixotes procura o que comer

Há umas semanas passava eu pela ciclovia paralela a uns prédios quando reparo num homem a levantar o tampo de um dos dois caixotes de lixo que estava a vasculhar. Nisto caem ao chão uma série de bobines. Sim, bobines de filmes de 35mm ou 8mm (ainda se lembram delas?), nas suas caixas redondas.


Colocadas no lixo como se nada fossem... eu fiquei imensamente curiosa por descobrir o conteúdo daqueles filmes. Seriam os filmes caseiros de alguma família? Seriam filmes outrora comercializados? Uma coisa achei porém poder concluir: aquele homem conhecia o conteúdo daqueles contentores e apressou-se a se apossar dele.
O homem  removeu também dois peluches do interior do outro contentor - uma Minie e um Mickey.


Gostava de ter visto mais mas foi o que percebi de passagem. O lixo, meus caros, não é só um lugar onde os esfomeados se dirigem para tentar tirar a barriga de misérias. Também são lugares muito concorridos para pessoas que procuram um ganho fácil. 

Durante anos habituei-me a ver nas paredes do corredor de casa uns quadros reproduzindo as quatro estações do ano. Achava-os bonitos mas não sabia do que se tratava. Eram espelhados e tinham o desenho de damas em vestidos esvoaçantes, numa paisagem ora de Primavera, ora de Verão, de Outono ou Inverno. Agora sei que se tratava de reproduções de gravuras da altura da arte nova*, da obra do ilustrador Alphonse Mucha. Naturalmente conhecia aqueles quadros de trás para a frente. Cada marca da moldura, cada mancha ou minúsculo risco. E quando estes quadros passaram a decorar outra casa, conheci-lhes também as novas marcas. Mas um dia o conteúdo dessa casa foi na sua grande maioria para os contentores de lixo - o que agora mais do que antes considero pouco correto. 


Um ano ou nem tanto depois dos quadros terem sido deixados junto aos caixotes para serem levados (por quem quisesse ou pelos apanhadores de lixo) reconheci um na montra de um antiquário. A «lady Primavera» estava a olhar de novo para mim. E não existia qualquer dúvida que era o mesmo. Conhecia-os demasiado bem. Sempre olhei para eles. A moldura, particular e idêntica, tinha uma pequena mossa no preciso lugar. Não faço ideia do preço pedido mas ali estava a prova: lixo para uns, riqueza para outros.


* movimento artístico desenvolvido nas últimas décadas do século XIX, um cruzamento entre a arte clássica e a arte industrial, a passagem da pintura para a arte gráfica

terça-feira, 15 de abril de 2014

Aparências

Ao longo da minha vida percebi que algumas pessoas que me rodeavam não me conheciam bem de todo. Nunca dei importância porque à minha maneira sempre soube quem sou como pessoa e não poucas vezes percebi que elas é que ainda não sabiam quem eram e precisavam de se afirmar desesperadamente. Mas ainda assim, algumas dessas vezes me surpreendi muito.

Surpreendi-me por perceber o imediatismo com que as pessoas estabelecem juízos de valor. E a facilidade com que «decretam» uma «lei» sobre os próprios preconceitos. Por vezes a última pessoa a vir a descobrir quem "tu és" aos olhos alheios é mesmo capaz de seres tu. E então te surpreendes, porque és uma pessoa totalmente diferente, praticamente ficcionária.

Pessoalmente o que eu penso disto tudo é que as pessoas - principalmente na sua juventude e ao entrar na casa dos 20, são muito precipitadas a julgar os outros. Julgam-se, contudo, muito correctos e detentores de uma mentalidade muito aberta. Não fossem jovens a descobrir o mundo! (o seu). Mas comportam-se e agem seguindo um raciocínio estereotipado.

Basta um minuto com uma pessoa para tomar este tipo de decisões definitivas e relevantes. Surpreende-me a muralha que erguem de imediato, a «etiqueta» que colam no indivíduo e que o rotula como alguém de zero interesse ou de elevado interesse. E assim a deixam por anos, não vá um acaso qualquer os fazer pensar que podem ter estado errados todo aquele tempo. Coisa que descobririam mais cedo se não fossem rápidos demais a «catalogar» tudo e todos. E resistem a essa percepção, à admissão de erro. Negando o que é evidente para não dar o braço a torcer e arranjando novos ou repetidos argumentos para justificarem o mesmo erro. Ou seja, não satisfeitos em ter feito um juízo de valor errado ainda se recusam a corrigi-lo.


domingo, 13 de abril de 2014

Parabens Facebookianos

Gosto quando pessoas que não conheço me dão os parabéns no Facebook.
Quando criei a conta mal sabia mexer naquilo e apenas sabia que não queria como sempre não quero, facultar informação pessoal e única, como a data de nascimento. Então a data que coloquei é fictícia. 

Nunca me lembro quando «faço anos» facebookianos, até alguém me desejar os parabéns por mensagem.
ADORO. Não sei dizer melhor do que isto, mas acho que são pessoas de bom coração que perdem um minuto do seu tempo para deixar uma mensagem de parabéns a quem não conhecem. 

HAPPY BIRTHDAY TO ME!


sexta-feira, 11 de abril de 2014

Dia do quê?!?! (datas comemorativas)


Mas que «vírus» é esse que vi a circular pelo facebook a dizer que foi dia dos irmãos?
MAIS uma data para «comemorar»? Mais presentes para «oferecer»? 

Se o pessoal não começar a abrir a pestana num tarda só abre a carteira porque isto de celebrar todos os dias como sendo o dia de algo e correr às lojas para lá deixar algum numa lembrança qualquer é exatamente o que o comércio e os empresários pretendem com o ênfase dado aos "dias de..."

Cá por mim fico-me pelos dias da praxe para fazer oferendas:
Aniversários, Natal, dia do pai e da mãe.


Na Páscoa já há muito que não ofereço amêndoas. Nem tem muito sentido. Os putos de hoje também se não receberem euros não consideram nada que lhes seja dado um bom presente de Páscoa. Nos aniversários querem dinheiro, no Natal querem coisas específicas ou... dinheiro. Sempre «lutei» contra essa mania de dar dinheiro por comodismo, para ficar bem no retrato e por preguiça de ter de pensar no que oferecer aos outros. É um hábito que cria um vício desgraçado. 


A sério, não se ponham a inventar de ir a correr para as lojas gastar dinheiro em porcarias só porque é "dia de...". Conheço quem já não dê nada a não ser um telefonema da praxe a desejar um feliz dia - já para não gastar o pilim e isto em dias que são há muito especiais e com tradição, como o dia do pai e da mãe. Por isso não inventem, ou quem ganha dinheiro à pala disso são as companhias telefónicas. Penso que nem as floristas ganham mais dinheiro!


Um presente tem de vir do coração, não necessariamente de uma data do calendário. E a ser do calendário, que seja especial, como os aniversários, para que possa vir do coração. Agora constantemente? Poupem-me!

Tenho ali o presente para o dia das mães, dei o do dia dos pais, irei dar nos aniversários da família, depois no Natal e quando e se me apetecer. Mas oferecer presentes porque é páscoa, porque é férias de páscoa, porque vai começar o verão, porque a criança passou mais um ano, porque é dia do irmão, da sogra, do cão, do piriquito, dos peixinhos dourados.... lol e lol.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Generosidade vai para além de dinheiro

Costumava imaginar que se ganhasse uma fortuna seria generosa com todos os meus. Nunca fui de contar isto como uma história, é só algo que eu sei. Não me refiro a distribuir dinheiro assim como se ele nascesse das árvores, mas a dar a cada um um propósito de vida mais aliciante, um negócio, uma ocupação de produtividade, viagens e conhecimentos que pudessem desejar mas sempre colocassem de lado por o dinheiro não dar para tudo.

Hoje penso que se ganhasse uma fortuna talvez já não fosse tão generosa com os meus.
Talvez não fosse porque quando não temos nada sente-se muito bem quem é quem.
É aquela máxima: os amigos só se conhecem nas horas de aperto.
E eu estou a conhecer um deserto.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Abolição do BOA TARDE

Gosto de dar os Bons Dias.
E por vezes dou o «bom dia» já de tarde.
Quando dou os votos de «bom dia» refiro-me às 24h que ele tem.


Hoje dirigi-me a um balcão de serviços e desejei os bons dias.
"Bom dia a esta hora? Quer dizer Boa tarde!" - diz a pessoa.

Fico a pensar nisto. Não é a primeira vez que me corrigem a respeito do cumprimento. Aliás, as pessoas tendem a fazer esse reparo. Como quem aponta o dedo a quem diz palavrão. Começo a achar que essa soberba é mais grave em termos de boa educação do que um «bom dia» desejado durante a tarde.

E fiquei a refletir nestas questões do "politicamente (in)correcto".

O dia tem 24h mas para os cumprimentos da praxe ficou estipulado dividí-lo em quartos. Temos a madrugada, a manhã, a tarde e a noite.

Não dizemos BOA MANHÃ.
Não dizemos BOA MADRUGADA.
Mas dizemos boa tarde e boa noite.
E depois dizemos "bom dia". Que nem faz parte dessa divisão por quartos. Ainda por cima ai de quem o use para as 24h que o dia dura. Ficou «reservado» para os momentos de luz, mas só até o meio-dia. Porque depois do meio-dia dizê-lo obriga a uma correcção imediata, como se tivesse sido pronunciado um disparate. Numa atitude de auto-censura estranha. É quase como achar que o conde drácula vai sair do seu caixão assim que a lua se põe, ou o gremling  reproduz uma prole de monstros ao ser alimentado depois da meia-noite.

Por isso acho que se devia abolir o BOA TARDE.
Só serve para atrapalhar. E não faz muito sentido. Ou se usa todos os quartos do dia ou nenhum! Sou contra a descriminação.

Acho que eu é que estou correcta eheh. Bom dia - para TODAS as 24 horas dele, ou boa noite, se alguém quiser particularizar o detalhe da falta de sol. Que vos parece?

Não acham estranho que nos dias de hoje a nossa sociedade (outras sociedades têm formas de se cumprimentar diferentes e também interessantes) ainda siga este padrão? É que tudo ficou menos convencional e banalizado. No entanto, no que respeita aos cumprimentos durante a tarde, ainda se mantém uma postura rígida, como se conseguisse ver as damas e os cavalheiros se cumprimentando a cada passo da caminhada do passeio: "boa tarde, tenha uma boa tarde", seguido da vénia. É um disparate notar esta convenção rígida e impregnada de censura.

Reflictam nisto e digam-me o que pensam. :)


INSÓLITOS de blogue emprestados - 01

Fui parar por acaso a um blogue desactivado desde 2008. Mas por vezes blogues parados têm interesse e lamento quando reparo que são parcos em comentários, quando são ricos em conteúdo. Encontrei estas curiosidades e quis partilhar:

1º - a OPORTUNIDADE DE FORMAÇÃO COM EQUIVALÊNCIA AO 9º ANO (2007)


2º - MACABRO. Tão macabro quanto A CABINE TELEFÓNICA PARCIALMENTE BLOQUEADA POR UM CONTENTOR DE RECICLAGEM! (assaltantes, amantes, negociantes e «angariadoras» de clientes precisam de um espaço resguardado dos olhares indiscretos, não é mesmo?)




Nota curiosa: adoro a forma ordeira como os mirones se organizaram para observar. Contratava-os todos para figurantes, têm noção da posição da camera ehehe! Ninguém a atropelar ninguém, pendurado nos ombros dos outros. Ou então foi ordem policial, não fosse o piso dar de si. Insólito!! Como será que o motorista saiu da viatura?

segunda-feira, 7 de abril de 2014

A história do patrão que vai escolher um funcionário para sub-chefe

Have you ever wonder...
...quando enviam o vosso curriculo se a pessoa que os recebe vai ligar para o último emprego para fazer perguntas sobre ti?

Por vezes interrogo-me se ao fazerem isso as pessoas do outro lado vão falar mal de ti. Existe tanto cinísmo no mercado laboral que não me surpreenderia. Não que pessoalmente tenha razões para me preocupar mas por vezes interrogo-me por isso mesmo.

Uma vez li uma história ficional sobre um patrão e seus empregados que contava mais ou menos assim:

Um patrão entrevista os seus quatro funcionários da empresa da qual acaba de se tornar chefe, com vista a promover um e possíveis despedimentos. Fala com o Joaquim e pergunta qual a sua opinião sobre o João, o Manel e a Maria. Este responde que o João é um porreiraço, um amigão, um bom trabalhador e colega. O Manel também é tudo isso e ainda por cima traz sempre um lanchezinho para partilhar com a malta. A Maria é assim, assim.

Depois chama o João, faz a mesma pergunta e o João elogia o Joaquim e o Manel nos mesmos parâmetros, dizendo que são muito amigos e convivas dentro e fora do trabalho, que riem e escutam música  mas que é distante da Maria porque esta não parece querer conversar muito.

O patrão chama então o Manel. O Manel reforça os laços de amizade com os restantes colegas homens mas também ele não simpatiza muito com a Maria. Diz que esta não é muito dada, é esquisita e que não parece querer conviver com eles.

O patrão então chama a Maria. Maria - diz-lhe ele, os seus colegas parecem estar sobre a impressão que você é a funcionária menos produtiva desta empresa. Como sabe vou promover um de vocês a sub-chefe. Parabéns, o cargo é seu. Parece que enquanto os seus colegas andam a divertir-se durante as horas de expediente, a Maria fica a trabalhar.



sexta-feira, 4 de abril de 2014

Uma coisa sobre mim...

Fui fazer um teste para um possível trabalho. Nesse trabalho conta o "depressa e bem" - a quantidade e a rapidez. E como em quase todos, não existem certezas de admissão, são poucas vagas para vários cães a um osso, e esse osso tem muitas cunhas, enfim...

A questão é que saí de lá completamente acelerada. O trabalho foi interrompido porque era só um teste e eu por mim ficava ali a trabalhar tal e qual o Charlie Chaplin no filme "Tempos Modernos". 


E isto fez-me reflectir em muita coisa. A começar pela minha humildade. Porque subitamente entendi que eu sou uma pessoa que se diverte a suplantar os seus próprios recordes. Que é perfecionista mas sem ser altiva, gosta de fazer bem, rápido e depois ainda mais rápido se conseguir.  

Como é que nunca me descrevi assim a ninguém numa entrevista de emprego?

Percebi que faço isto desde menina, quando saía do portão da escola para ir para a paragem. Eu corria. E quando percebia o tempo que fazia no dia a seguir corria mais para ver se batia o meu recorde. E era diversão e prazer. Depois anos mais tarde existiu um trabalho de inserção de dados. Mais de 1000 documentos inseridos no sistema informático por um dia de 6h... contando que quando existiam erros de origem estes tinham de ser corrigidos. Também nesta fase me diverti tentando me superar de dia para dia. E depois recordei um emprego mais recente, onde quantidade não era o requisito principal mas que cada vez que chegava à empresa já estava em modo «on». Eu não preciso de café, não preciso de nada. Não tenho um "arranque" lento. Estou pronta assim que entro pela porta. Não gosto de esperar desnecessariamente ou desperdiçar tempo. Pareço sossegada e tranquila mas a minha mente já está a mil e o meu corpo suplica por acção. E quando me sentava no meu posto, ligava o computador e me preparava para iniciar o dia, o pior que me podiam fazer era vir falar comigo e se alongarem na conversa. Eu sorria, conversava mas no fundo queria que a pessoa me deixasse estar, porque sentia vontade de teclar no computador como uma doida. Trabalhava pelo dia a dentro, não tão poucas vezes sem pausas para almoço, quanto mais lanche. Não preciso de pausas para café, WC, conversas da chacha. E é como eu gosto mais de trabalhar. 


Hoje enquanto aguardava o teste tive de escutar a introdução que a pessoa estava a fazer. E ela demorou-se em redundâncias e desvios pouco relevantes para a situação. Mentalmente só repetia para mim mesma: "Vamos acabar com a conversa e ir ao que interessa?". Mas claro, parecia uma criatura calmíssima. 

Quanto mais eu tenho para fazer, mais feliz sou. Em excesso piro, claro. Sem qualquer contacto humano prolongado também piro um bocado, claro. Mas existe ali um bom período de tempo que gosto de me concentrar no que faço e me sinto plenamente satisfeita. 

Parece que estou sempre a descobrir que sou melhor do que aquilo que penso ser... Pena que «amanhã» já me esqueci outra vez. É de lamentar quando uma pessoa não se sabe dar o valor que realmente tem. Os outros não te vão dar, tu é que tens de te "vender" com o preço que conseguires convencer que vales. Mas por vezes existe quem veja o valor real para além do publicitado. Raro, mas acontece. O pior é se por falta de costume tu sabotas isso...

Olha as novidades, fresquinhas, fresquinhas!

Vem aí um novo blogue!!
Já está todo pensadinho... mais adiante vou revelar, por enquanto é melhor não adiantar nada que várias situações de vida já me ensinaram deixando um gosto amargo na alma que não é sensato «dar o ouro ao bandido» lool. Não, não é nenhuma ideia milionária, nem extraordinária, mas é minha. Então quando tiver mais tempo apresento o novo blogue.



Mais um blogue e talvez um emprego... ups!
Mas por enquanto é tudo se-gre-do.

(não conte a ninguém).

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Aquele parvo sorridente que estraga todas as fotografias...

Hoje deparei-me com esta imagem e desatei a rir.
Provavelmente é montagem mas ainda que seja, é uma excelente foto.


terça-feira, 1 de abril de 2014

Acho que já recebi um comentário de um famoso


Este não é o meu único blogue. Tenho outros. Todos específicos que falam de temas específicos. Este inicialmente também tinha uma identidade específica mas entretanto tornou-se mais pessoal. Num dos blogues específicos acho que um belo dia recebi  um comentário de um «famoso». 

O blogue em causa é sobre televisão. Fiz a minha previsão sobre uma publicitada mudança de um profissional para um canal da concorrência e lamentei a contratação «milionária», dizendo que não acreditava nos resultados positivos. Vai que na caixa de correio surgem quase de imediato dois revoltosos comentários «anónimos». O primeiro ainda publico e dou resposta. Uma resposta sincera e humilde que logo dá a entender que sou uma cidadã comum com uma opinião e tão somente a expressou e não um invejoso do meio que se oculta atrás das redes sociais para fazer uma «campanha de perseguição» e «destilar veneno» - como escreveu o «anónimo». 

O segundo comentário desse anónimo NUNCA o publiquei. Ainda se encontra na lista de comentários por aprovar. E nunca publiquei ou vou publicar sabem porquê? Para preservar o próprio anónimo, cuja identidade só posso suspeitar. Para não deixar a pessoa que o escreveu mais mal vista. Para que não se apercebessem do vitimismo (acreditar ser vítima), desespero, revolta, amargura e mania da perseguição. E enquanto o anónimo "atacava" o autor do texto recorrendo a previsíveis abordagens mesquinhas como apontar um erro gramatical para lhe diminuir a inteligência, pelo estilo da sua escrita consegui perfeitamente identificar quem era. Era como se estivesse a ouvir a sua voz.


PS: Não tenho culpa é de ter acertado na previsão e de, pelos vistos, a minha opinião ser a mesma que muitos outros profissionais/colegas da pessoa visada.