quarta-feira, 26 de abril de 2017

Não são só coisas más...


Temos tendência a vir desabafar num blogue aquilo que nos atormenta ou preocupa. Porque um blogue é quase como um diário, um confidente. E a natureza do ser humano é a necessidade de partilhar as suas aflições.


Claro que existem aquelas pessoas blogueiras que têm blogues neutros. Blogues pouco reveladores, onde se protegem e revelam apenas o essencial, sem poderem ser muito alvo de críticas, positivas ou negativas. 

Mas por termos necessidade de desabafar as nossas preocupações, por vezes parece que só temos preocupações. E por isso vim fazer este post. Para falar do «outro lado».

A respeito da minha situação de vida em casa partilhada, como sabem existiu uma situação desagradável com o anterior inquilino. Mas ele saiu e, sem ser por ocasionais emails que envia à senhoria por causa desta lhe querer reduzir valores na caução, não tenho qualquer contacto com a sua agressividade verbal. Para ocupar a vaga chegou uma rapariga da europa de Leste, bonitona e altona. Até agora só a vi naquele dia, por alguns segundos. De resto, ela faz a vida dela, cada qual faz a sua e não nos cruzamos. Não é quase nada barulhenta e isso agrada-me. Acho que esta casa está a ficar cada vez mais com um bom potencial de inquilinos. 

A rapariga do andar de baixo e eu damos-nos bem. Existiu um periodo de tempo em que ela manteve a distância e mal a via. Isso perturbou-me, porque achei que era intencional. Mas se foi, nada tinha a ver comigo em particular. Desde então já ficamos as duas horas a falar uma com a outra, sobre todo o tipo de assunto e só paramos porque ambas tinhamos algo que fazer e já estava a ficar tarde. Ela também me pediu para verificar se tinha fechado a janela do quarto dela quando se ausentou - gesto que gostei, por demonstrar confiança.

E então queria deixar isto claro. Embora em me foque mais no que não acho muito bom, também tenho coisas positivas para contar. Gosto do meu trabalho - o que não me surpreende e ao mesmo tempo acho que devia surpreender. Eu gosto de trabalhar. Sempre gostei. No quê nem era muito o dilema... Sei que não gosto de telemarketing e atender telefones. ISSO não gosto. Mas qualquer outro tipo de emprego, não vejo com maus olhos. Nunca vejo nenhuma ocupação dessa forma. Consigo sempre encontrar prazer e satisfação naquilo que faço. E sou feliz a aprender e a executar tarefas.

E agora que a pressão que vinha a acumular se esvaiu, estou mais livre. Apetece-me não meter mais nada para dentro. Nada! Eu sei o mal que faz... Mas também sei que é prudente não mandar tudo para fora, eheheh. Até porque eu não sou daquelas pessoas abençoadas com uma forma e um timbre de voz doce. Dessas que, mesmo quando dizem algo para magoar e atingir alguém, fazem-no quase parecendo que têm mel e não fel nas intenções. Comigo dá-se o contrário: é mais comum eu não ter qualquer má intenção nas palavras ou tentar brincar e ser interpretada como se uma alfinetada quisesse dar. Se eu disser: "Vê se me achas o caderno", não posso deixar de acrescentar "por favor". Já é algo que faço naturalmente, diga-se de passagem. Agradeço e peço por favor. Mas noutro dia estava com pressa, ninguém estava ocupado sem ser eu e eu pedi esse tal caderno. Pensando eu que foi um pedido normal... Mas a pessoa que escutou respondeu que pareceu autoritário. Se bem que essa pessoa sofre do mesmo problema.

Então é isso. 
Existem duas categorias de pessoas no que respeita às suas habilidades de comunicação interactiva: as que são mal intencionadas mas dão as suas alfinetadas com aparente inocência, dotadas que são de um bom timbre e entoação de voz e as que... não. Não tenho um bom timbre e quando aprendi a falar, aprendi dando mais ênfase a certas sílabas, o que faz parecer que sou autoritária. Isto é muito curioso. Assim como há os "betinhos" e as "tias de cascais" - a forma de falar vai influenciar as conquistas na vida. Conheci uma rapariga de "bem", que falava normalmente mas, sem ela perceber, toda a sua postura era de "bem". E por ela ser assim a pesar de jovem eu soube como ia ser toda a sua vida. Sabia que conquistas não ia fazer, sabia como ia seguir o seu rumo profissional, soube como ia viver a vida de mulher madura, casada, com filhos... Há pessoas que já têm o seu destino estampado na testa.

Enfim... devaneios.
Me desculpem, estou a escrever sabendo que daqui a 2h tenho de ir trabalhar, ehehe.

1 comentário:

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